Holdings familiares: Tipos, objetivos e como escolher a estrutura ideal

Você já deve ter ouvido falar que "abrir uma holding" pode ajudar na sucessão familiar, proteção patrimonial ou economia tributária. Mas o que muitas pessoas não sabem é que existem diferentes tipos de holding — e que cada uma serve a um propósito distinto.

Escolher a estrutura certa exige análise, estratégia e, acima de tudo, clareza sobre os objetivos da família e da empresa.

Neste artigo, explicamos os principais tipos de holding, suas finalidades e quando cada uma delas pode ser aplicada.

O que é uma holding?

Holding é uma pessoa jurídica criada para centralizar a propriedade de bens ou de participações em outras empresas. Em vez de os ativos estarem no nome de pessoas físicas, eles passam a ser controlados pela holding, da qual essas pessoas se tornam sócias.

A ideia central é simples: separar a posse direta dos bens e concentrar a gestão em uma estrutura empresarial.

Quais são os tipos de holding?

Dependendo da finalidade e da forma de atuação, podemos classificar as holdings em diversas categorias. A seguir, as principais:

1. Holding pura

É aquela que tem como única finalidade a participação em outras empresas — ou seja, não realiza nenhuma atividade operacional.

Exemplo prático: uma holding que detém quotas de uma ou mais empresas do grupo, mas não presta serviços nem realiza vendas.

2. Holding mista

Além de controlar participações societárias, também exerce atividade econômica própria (ex: prestação de serviços ou administração de imóveis).

Exemplo prático: uma holding que aluga imóveis próprios e, ao mesmo tempo, possui cotas de empresas da família.

3. Holding patrimonial

Criada especificamente para centralizar bens da família (geralmente imóveis), com foco em gestão e preservação do patrimônio.

Vantagens: facilita o planejamento sucessório, protege bens de riscos particulares dos sócios e melhora a organização fiscal da família.

4. Holding familiar

É uma holding voltada para o planejamento sucessório e controle societário entre membros da mesma família. Pode ser patrimonial, pura ou mista, desde que seu foco seja familiar.

Exemplo prático: pais que transferem imóveis e participações societárias para a holding e doam cotas aos filhos com cláusulas restritivas.

5. Holding de controle

Estrutura que concentra o poder de decisão sobre uma ou mais empresas operacionais, garantindo alinhamento estratégico e facilidade na governança.

Muito comum em grupos empresariais com várias unidades ou filiais.

6. Holding administrativa

Tem como foco centralizar a administração e coordenação das atividades de empresas controladas. Embora semelhante à de controle, ela se destaca por atuar ativamente na gestão operacional e de processos.

Como escolher a estrutura ideal?

A escolha do tipo de holding depende diretamente dos objetivos da família e do grupo empresarial. Veja alguns cenários típicos:

• Para sucessão e proteção patrimonial?

  → Holding familiar com estrutura patrimonial.

• Para controlar várias empresas do grupo?

  → Holding pura ou de controle.

• Para gerir bens e ainda prestar serviços?

  → Holding mista.

Cada caso exige análise jurídica, contábil e fiscal específica. A decisão errada pode resultar em estrutura ineficiente ou até prejuízos tributários.

Pontos de atenção

Antes de constituir uma holding, é importante considerar:

• Custos de abertura e manutenção;

• Regimes tributários aplicáveis;

• Impactos no IR, ITCMD e ganho de capital;

• Cláusulas do contrato social e acordos de sócios;

• Planejamento sucessório e patrimonial de longo prazo.

Conclusão

A holding é uma ferramenta poderosa — mas como toda ferramenta, precisa ser bem aplicada. Quando bem planejada, ela proporciona segurança, economia e previsibilidade para empresas familiares e seus sócios.

Quer saber qual tipo de holding se encaixa melhor na sua realidade?

Na Isla Ribeiro Advocacia, ajudamos empresários a definir, estruturar e implementar a holding ideal com foco jurídico, patrimonial e sucessório.