Como prevenir ações trabalhistas desde o processo seletivo

A prevenção de passivos trabalhistas começa muito antes da contratação. O processo seletivo é o primeiro momento em que a empresa se expõe a riscos — e muitas vezes isso passa despercebido.

Um dos principais cuidados é com perguntas discriminatórias. Questionamentos sobre religião, estado civil, filhos, orientação sexual ou condição de saúde são vedados por lei e podem dar margem a processos. Um exemplo: um candidato rejeitado para uma vaga de recepcionista por ser deficiente auditivo processou a empresa e ganhou com base na Lei de Cotas.

Além disso, é preciso evitar anúncios com linguagem excludente. Termos como “jovem”, “boa aparência” ou “sem filhos” são considerados discriminatórios pela Justiça do Trabalho.

Outro ponto essencial é a formalização adequada das etapas do processo seletivo. Ter critérios objetivos e bem registrados evita acusações de favorecimento ou discriminação.

A empresa também deve ser transparente na proposta de emprego. Informar salário, jornada e benefícios desde o início reduz as chances de frustração e alegações de má-fé.

Por fim, é recomendável documentar e arquivar o processo seletivo — isso inclui currículos, avaliações e registros de entrevistas. Esses documentos podem ser cruciais caso o processo venha a ser questionado judicialmente.